John Farrow, oficial da marinha norte-americana, escritor e mais tarde diretor de cinema em Hollywood (vencedor do Oscar de melhor roteirista), deparou pela primeira vez com a história de Damião de Veuster numa ilha remota dos Mares do Sul. A “magnífica aventura de coragem, devoção e sacrifício” do missionário que se havia encerrado voluntariamente entre os leprosos de Molokai – “o inferno do Pacífico” – entusiamou-o tanto que deixou de lado todos os seus afazeres para poder dedicar-se a compor este livro. Escritas com paixão, estas páginas apresentam-nos o retrato de um homem inquestionavelmente heróico, mas ao mesmo tempo muito amável e humano. Sentindo a urgência do chamado de Deus, Damião não cessou de buscar o modo de corresponder-lhe até encontrar o seu lugar na Congregação dos Sagrados Corações; destinado ao Havaí, trabalhou com uma intensidade quase inacreditável em levar a fé ao povo das ilhas, embora no campo material servisse por igual a católicos, pagãos e protestantes; e coroou a sua entrega encerrando-se voluntariamente e para sempre, por amor aos seus fiéis, nos horrores de uma colônia de leprosos. A sua entrega a Deus, o seu amor aos Sacramentos – especialmente a Missa e a Confissão –, a sua fortaleza e perseverança diante das enormes dificuldades e oposições que teve de sofrer são um testemunho de perene atualidade para todos. Damião, o leproso é, por isso, um desses livros emocionantes que hão de perdurar enquanto houver homens que sintam o apelo dos grandes ideais e saibam traduzi-los nos pequenos incidentes da vida diária.